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O que é Renda Fixa?
Finanças
Publicado em 13/07/2020

Artigos anteriores:

O Segredo do Sucesso Financeiro

Os Pilares do Sucesso Financeiro

 

Demorei, mas voltei. Recebi alguns feedbacks quanto aos artigos anteriores, vou tentar diminuir o tamanho e aumentar a periodicidade. A ideia é ter alguma coisa toda semana ao invés de uma bíblia a cada 20-30 dias, espero que isso ajude na leitura. Inclusive, vou começar a postar alguns conteúdos no Instagram, sei que por lá é bem mais fácil de acompanhar, mas isso não significa que o que é postado aqui é menos importante, muito pelo contrário, o mais importante continuará sendo publicado aqui.

Antes de começarmos a falar sobre investimentos, gostaria de saber o que você fez com as informações que passei nas nossas últimas conversas. Em que etapa você está? Já começou a se organizar? Precisa quitar as dívidas? Quer começar a investir, mas tem medo? Antes de iniciar nos investimentos, precisamos seguir o caminho correto, não podemos pular as etapas, se você pular alguma etapa, pode correr o risco de ter que desfazer tudo que já foi conquistado.

Você nunca conseguirá uma rentabilidade igual ou maior do que os juros dos empréstimos (raríssimas exceções), por esse motivo, nem pensar em investir antes de quitar as dívidas. A reserva de emergência é o outro ponto importante que queria tocar, sem uma reserva, você corre o risco de precisar se desfazer dos seus investimentos em um momento ruim, causando uma perda considerável. Em março, o Ibovespa sofreu uma queda de quase 50%, se a pessoa não tinha uma reserva e teve que vender os investimentos para cobrir uma emergência, viu seu dinheiro sendo derretido. Não invista um dinheiro que pode te fazer falta, tenha uma reserva antes!

Você pode começar a aprender sobre investimento, mas primeiro, vamos relembrar o que precisa ser feito antes de colocar o aprendizado em prática:

1.     Entender como seu dinheiro é gasto;

2.     Identificar onde está gastando mais do que deveria;

3.     Quitar as dívidas;

4.     Criar sua reserva de emergências;

5.     Investir.

Não se preocupe caso ainda não tenha chegado na última parte, a base precisa ser sólida para que no futuro você não corra o risco de começar do zero! Dê um passo de cada vez, estou aqui para te ajudar durante o caminho.

 

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Tipos de investimento

Todo investimento possui um risco, não se engane, não existe investimento sem risco. No entanto, o risco está diretamente ligado à rentabilidade, que pode ser positiva ou negativa. Esse risco que falo é a volatilidade, como expliquei no último artigo, é aquela oscilação no valor investido. Muitas vezes, esse “risco” é um reflexo da falta de conhecimento, a pessoa não sabe onde está se metendo, vai procurando dinheiro rápido e fácil, não entende os perigos que o investimento pode apresentar e acaba fazendo besteira. Além disso, existem perfis de risco diferentes. Não vamos colocar a carroça na frente dos bois, esse é um assunto para outra hora.

Se você sabe como funciona o produto de investimento que comprou, a chance de vender na hora errada ou se desesperar em uma queda é muito grande. Como disse nos artigos anteriores, não precisar ser um gênio, nem rico, investimento é 70/80% emocional e uns 20/30% conhecimento sobre o assunto.

        Cada tipo de investimento está ligado a um objetivo, antes de escolher um tipo de investimento, você precisa saber qual o propósito. Vamos a alguns exemplos:

            Antes de apresentar os tipos de investimento, preciso explicar por que existe essa divisão entre os objetivos e os prazos.

          Quando menor o prazo que o valor ficar investido, menos ele pode oscilar. No mundo ideal, ele só pode sofrer um tipo de oscilação, a positiva.

Vou citar o meu exemplo, meu objetivo principal é o último, o longuíssimo prazo, quero investir para ter renda passiva o suficiente para escolher o que quero fazer, na hora que quero fazer. Por ter um prazo muito longo (não vou precisar desse dinheiro tão cedo), posso me dar ao luxo de investir em ativos que podem sofrer muita oscilação, mas que no longo prazo, tendem a ter uma rentabilidade muito maior que os demais. 

Dicionário do investidor:

Um ativo pode ser físico (uma casa) ou financeiro (algum tipo de investimento), ambos são bens que a pessoa compra para compor seu patrimônio.

Chegou o momento tão aguardado, vamos começar a falar sobre investimentos:

Investir é emprestar um valor e receber ele de volta com um acréscimo de juros. O mercado financeiro divide os investimentos em duas categorias: Renda Fixa e Renda Variável. A primeira é um tipo de investimento que já tem a sua forma de remuneração definida no momento da contratação.

“Como assim, Lucas?”

Na renda fixa, você empresta dinheiro para alguma instituição e ela te informa como será o cálculo dos juros que você irá receber.

Existem três tipos de produtos: os pós-fixados, híbridos e prefixados. Nestes, já existe um percentual pré-determinado para a sua remuneração no momento da contratação. Ex.: 6% ao ano (a.a.), 8% a.a. e por aí vai.

Principais produtos:

CDB – Você empresta o dinheiro para uma Instituição Financeira (Banco ou Financeira);

Tesouro prefixado – Você empresta dinheiro para o Governo Federal. É um título do tesouro nacional;

Tesouro Selic – Você empresta dinheiro para o Governo Federal. É um título do tesouro nacional;

Tesouro IPCA – Você empresta dinheiro para o Governo Federal. É um título do tesouro nacional;

Debênture – Você empresta dinheiro diretamente para Empresas. Pode ter isenção de Imposto de Renda (IR);

LCI (Letra de Crédito Imobiliário) – Você empresta dinheiro para uma Instituição Financeira, mas ela só pode usar esse dinheiro para crédito imobiliário. Possui isenção de IR.

LCA (Letra de Crédito Agronegócio) – Você empresta dinheiro para uma Instituição Financeira e ela só pode usar esse dinheiro para financiar o setor agrícola. Possui isenção de IR.

Os produtos prefixados são sugeridos quando as taxas estão altas ou você quer garantir uma rentabilidade para alcançar algum objetivo. Por exemplo: vou comprar uma casa. Se eu investir em algo prefixado que me pague 12% a.a., em 5 anos terei o valor necessário para a compra. Você diminuiu o risco de oscilação no seu rendimento, pois ele será fixado nos 12% a.a.

Já os produtos pós-fixados possuem uma particularidade, eles são fixados, mas acompanham algum índice. Vou explicar os índices, deve ficar mais fácil para entender.

Índices mais utilizados:

Selic – Taxa básica de juros no Brasil, é definida pelo Banco Central;

CDI (Certificado de Depósito Interbancário) – É um título negociado entre instituições financeiras (um banco empresta dinheiro para o outro). Usam a taxa de juros desse título como base para definir o rendimento. Importante lembrar que ele sempre tem um percentual muito próximo à taxa Selic.

IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) – É usado para representar a inflação. Mede a variação dos preços no comércio etc.

Os produtos pós-fixados são sugeridos quando as taxas estão baixas ou para te proteger da inflação, assim você ganha um rendimento e ainda mantém seu poder de compra. Um exemplo rápido das vantagens do pós-fixado: você tem um investimento prefixado a 5% a.a. e o Banco Central sobe a taxa de juros para 10% a.a., seu rendimento não irá acompanhar essa subida, ele só terá esse aumento se for pós-fixado.

Existem investimentos que são meio a meio, parte pré e parte pós-fixados, eles são chamados de híbridos, pois pagam um percentual fixo mais algum índice.

Exemplo: Tesouro IPCA – ele te paga 5% ao ano mais o IPCA. O título cobre toda a inflação do período (IPCA) e ainda te dá uma rentabilidade de 5%. Se o IPCA nesse ano foi de 3%, além do percentual predefinido (5%), você terá essa rentabilidade “extra”.

 

 

Acho que foi muita informação por hoje, vou deixar vocês com aquele quadro lá de cima, mas mostrando qual seria o investimento mais apropriado para cada situação. Na próxima semana volto com a parte de renda variável, me segue lá no Instagram, sempre aviso quando posto algo novo.

 

Não é o fim do mundo se você não entendeu muita coisa, na verdade isso é o mais normal. Sempre quando você está aprendendo algo novo, parece que a informação não entra na cabeça. Além disso, sei que foi muita coisa nova. Continue, entender esses conceitos é fundamental para alcançar o seu sucesso financeiro.

 Estou à disposição para tirar a sua dúvida, deixe um comentário ou me envie uma mensagem no Instagram, vou começar a abrir a caixa de perguntas por lá.

Lucas Ferraz

26 Anos

Especialista em Finanças – IBMEC

Especialista em Investimentos – Anbima

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