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O Norte do Brasil sofre com a estiagem que afeta, só no estado do Amazonas, quase 600 mil pessoas. Um dos grandes impactos para a população da região é a fumaça formada pelas chamas que compromete a qualidade do ar em diversas cidades.
Por isso, com o intuito de diminuir os riscos à saúde, principalmente para as crianças, que são mais vulneráveis, o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) trabalha com medidas preventivas para garantir a saúde infantojuvenil, e orienta os pais com recomendações importantes.
Trocar as brincadeiras na rua por brincar dentro de casa para não se expor à fumaça e não deixar de usar máscara para ir à escola, além de manter portas e janelas fechadas são algumas delas.
O Unicef também tem parceria com os governos estaduais e municipais para ajudar a minimizar os impactos da qualidade do ar nas crianças, como explica a consultora de Emergência, Saúde e Nutrição Neideana Ribeiro.
“A gente tem feito conversas e pensado junto com eles ações e também produção de material. Acho que a primeira recomendação é ficar atento aos canais oficiais para verificar qualidade do ar que tem hoje na sua cidade, e se a gente identifica que não está uma qualidade boa, evitar sair”, alerta.
Em caso de exposição, é fundamental observar os sintomas que podem aparecer, como tosse, rouquidão, cansaço, fraqueza e dificuldade para respirar. Todos eles podem ser causados pela inalação da fumaça. Ao perceber qualquer um desses sinais, é preciso levar a criança ou o adolescente à unidade de saúde mais próxima de casa.
Confira todas as orientações para proteger as crianças da fumaça:
- Verificar a qualidade do ar;
- Brincar dentro de casa para se proteger da fumaça;
- Usar máscara para ir à escola;
- Beber água com frequência;
- Fechar portas e janelas;
- Colocar uma vasilha com água ou toalha molhada para umedecer o local;
- Em caso de ardência ou coceira, lavar nariz e olhos com soro fisiológico.
Situação de emergência
Segundo o último boletim divulgado pelo governo do Amazonas, 62 municípios estão em situação de emergência por causa dos incêndios florestais. De janeiro até novembro foram registrados 19.272 focos de calor no estado.
No estado, a Secretaria de Saúde informou que, nos últimos dias, não houve aumento de casos registrados por doenças respiratórias, mas o secretário Anoar Abdul Samad reforça que as unidades estão prontas para receber os casos graves.
“Esteja atento às necessidades especiais de crianças e idosos, que são mais vulneráveis a essa fumaça. Siga as orientações das autoridades locais e procure as Unidades Básicas de Saúde se sentir irritação na garganta ou nos olhos, e incômodo respiratório. E, para sintomas mais graves, principalmente dificuldade respiratória de moderada à severa, procure um de nossos serviços de pronto atendimento”, alerta.
Em Roraima, neste ano, foram registrados 922 incêndios em vegetação e em Rondônia o número passou de 7.000.
No estado do Pará, brigadistas do Ibama e do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) atuam no combate às chamas na Reserva Extrativista Tapajós - Arapiuns, em Santarém, e no município de Oriximiná, desde a segunda quinzena de outubro.
Reportagem: Lívia Braz